O nome de Carlo Acutis voltou à tona depois de sua canonização, no domingo (7). O papa Leão XIV declarou o adolescente italiano que morreu em 2006, aos 15 anos, como santo em missa solene na Praça de São Pedro. Conhecido como "padroeiro da internet", ele se tornou o primeiro da geração millennial — nascidos entre as décadas de 1980 e 1990 — a ser declarado santo.
Duas relíquias — como são chamadas partes do corpo ou itens pessoais de santos e beatos — de Carlo Acustis estão em Passo Fundo, no Santuário Nossa Senhora Aparecida.
Sob responsabilidade do Padre Érico Martins, a Arquidiocese de Passo Fundo possui um relicário com fios de cabelo de Carlo e uma amostra de um tecido que tocou sua pele. Para a Igreja Católica, estas são consideradas relíquias de primeiro e terceiro grau, sendo classificadas nesta ordem: primeiro, as partes do corpo (cabelo, pele ou ossos); depois itens pessoais e, por último, algo que tocou o corpo da pessoa canonizada.
Os itens foram solicitados em 2021 por meio de carta enviada ao postulador da causa de canonização do beato, na Itália. No texto, assinado pelo padre e pelo arcebispo Dom Rodolfo Weber, a justificativa para o pedido das relíquias foi para inspirar os jovens a viverem uma vida de santidade.
— Na época, Carlo Acutis não tinha tamanha devoção, as pessoas buscavam conhecer sua história. Mas no meio eclesial ele já era bem conhecido, principalmente pelos jovens católicos — relembra o padre Érico Martins, responsável pelas relíquias.
Hoje, as relíquias de Carlo Acutis fazem parte da rotina de missas e orações do Santuário. Elas ficam na capela interna, para veneração. Futuramente, a ideia é expor as peças no Santuário para que os visitantes possam visualizá-las e tocá-las.
Ainda segundo o padre, há pelo menos outras três relíquias de Carlo Acutis no Estado: uma na Paróquia de São Cristóvão em Erechim, outra no Santuário de Caravaggio em Caxias do Sul, e uma terceira na Paróquia Santo André Avelino, em Osório.
Quem foi Carlo Acutis
Carlo Acutis nasceu em Londres, mas passou a maior parte da vida em Milão, onde morava com os pais. Ele morreu aos 15 anos, em 2006, após enfrentar um tratamento por leucemia. Em vida, era devoto à Virgem Maria e chegou a criar uma plataforma online para informar sobre Jesus Cristo e a eucaristia, fato que o fez ficar conhecido como "padroeiro da internet".
O primeiro milagre reconhecido pela Igreja aconteceu no Mato Grosso do Sul, quando uma criança foi curada de uma má-formação no pâncreas, uma doença rara. Ele teria se curado depois de tocar em um pedaço da roupa de Acutis exposto na capela Nossa Senhora Aparecida, em Campo Grande. O caso aconteceu em 2010 e foi reconhecido pelo Vaticano em 2020.
A aceitação do segundo milagre ocorreu em maio deste ano. Neste caso, uma jovem da Costa Rica foi curada dias após sua mãe rezar ao túmulo de Acutis em Assis, na Itália. A jovem havia sofrido um acidente de bicicleta e tinha poucas chances de sobrevivência.
Crédito: GZH / Passo Fundo