Duas professoras da Escola Municipal de Educação Infantil Abelhinha, em Paraí, foram indiciadas pela Polícia Civil por suspeita de tortura contra uma criança de um ano e oito meses. O caso aconteceu no início de abril, mas a investigação foi concluída e encaminhada ao Poder Judiciário na segunda-feira (8).
Segundo o delegado Tiago Baldin, responsável pelo inquérito, a agressão teria ocorrido em 2 de abril. Ao voltar para casa, o menino relatou dores no ombro direito aos pais, que notaram um comportamento incomum: a criança chorava mais do que o habitual. No dia seguinte, ele foi levado ao hospital, onde exames constataram fratura na clavícula.
O boletim de ocorrência foi registrado em 14 de abril. Durante esse período, denúncias também foram feitas pelo Disque 100 e encaminhadas à Delegacia de Paraí e à Promotoria de Justiça de Casca.
As imagens das câmeras de segurança da sala de aula, que teriam registrado as agressões, chegaram ao Ministério Público em junho e foram repassadas à polícia. A partir disso, a investigação teve início. Os nomes das professoras não foram divulgados.
As gravações analisadas mostram o menino sendo colocado para dormir por uma das profissionais, que teria agido de maneira brusca. Em trechos, a mulher aparece levantando e jogando a criança sobre o colchonete de forma violenta, além de chacoalhá-la. Segundo o delegado, o vídeo completo utilizado no inquérito é mais extenso do que o trecho divulgado nas redes sociais. Ainda conforme Baldin, uma das envolvidas é funcionária concursada da rede municipal e a outra é contratada.
Nota da Prefeitura
A administração municipal de Paraí se manifestou sobre o caso em nota publicada nas redes sociais no sábado (6). De acordo com o comunicado, a direção da creche tomou conhecimento da situação no dia seguinte ao ocorrido, após revisar as imagens internas da sala.
Em 4 de abril, a Secretaria Municipal de Educação foi notificada e determinou o afastamento imediato das servidoras. Um processo administrativo foi instaurado para apurar os fatos, e o relatório final, publicado em 9 de maio, resultou na exoneração da profissional concursada e no encerramento do contrato da temporária. A documentação foi encaminhada ao Ministério Público em 28 de maio.
Investigação
As duas educadoras foram ouvidas pela Polícia Civil e negaram as agressões. Também foram ouvidos a diretora da escola, uma representante da Secretaria de Educação e os pais da criança. Ao final da investigação, ambas foram indiciadas por tortura.
De acordo com o delegado, elas não foram presas devido ao tempo decorrido entre a data do crime e o avanço das investigações.
Ainda segundo a polícia, uma das educadoras já havia sido afastada anteriormente, entre 2023 e 2024, por suspeitas de negligência no cuidado com crianças. A prefeitura, no entanto, afirma que o afastamento se deu por razões médicas.
(Com informações, GZH / Foto: Reprodução)
Autor: Departamento de Jornalismo/Vang FM