Foi durante uma consulta de rotina que Denize Maria Borella, 61 anos, percebeu algo suspeito. Um pequeno nódulo no seio e o diagnóstico de câncer de mama logo na sequência mudaram sua vida e os seus planos, em novembro de 2023. O caso dela integra os mais de 70 mil diagnósticos da doença no Brasil, todos os anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). No mês de outubro, dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, histórias como a de Denize fazem parte dos avanços rumo ao diagnóstico precoce e o aumento das chances de sucesso no tratamento da doença.
“Recebi a notícia com toda a empatia do mundo pela Dra. Jéssica Zandoná e, mesmo assim, me senti arrasada. Já na primeira consulta com a mastologista, Dra. Carol Rosa, compartilhei tudo que estava sentido, inclusive o medo de morrer. Nesse momento, o acolhimento é fundamental, afinal, minha cabeça era uma fábrica de bons e maus pensamentos”, relembra Denize, que após os exames pré-operatórios, realizou a cirurgia para a retirada do tumor cerca de um mês após o diagnóstico.
No pós-operatório, o tratamento de Denize se deteve à radioterapias, com acompanhamentos semestrais. “Tudo isso que vivi me ensinou que fazer os exames de rotina todos os anos é muito verdadeiro e salva vidas. É preciso também ter calma e controlar a ansiedade e os pensamentos catastróficos quando se tem um diagnóstico destes, além de estar acompanhada por profissionais de confiança”, conta Denize.
Para a médica ginecologista e mastologista da Clínica Madria, Dra. Carolina Rosa, o caso de Denize ilustra a relevância da conscientização para o diagnóstico precoce do câncer de mama por meio dos exames de rotina. A especialista defende que o assunto precisa ser tratado “entre outubros”. “Eu sempre defendi que o câncer de mama precisa ser assunto o ano todo. Não podemos nos conformar em falar desse tema só em outubro, das mulheres buscarem os exames somente em outubro, dessa preocupação só aparecer em outubro. Devemos usar o rosa da campanha todos os dias”, defende Dra. Carol.
Acesso a mamografia a partir dos 40 anos é um dos principais avanços da pauta
A mastologista pontua que, em 2025, um dos principais avanços em relação ao diagnóstico precoce do câncer de mama foi o conjunto de ações divulgadas pelo Ministério da Saúde, em que uma delas foi garantir o acesso à mamografia a partir dos 40 anos via Sistema Único de Saúde (SUS), e não mais somente após os 50 anos. “Existem indicadores que 23% dos diagnósticos de câncer de mama estão na população entre 40 e 49 anos e, quanto mais precoce for essa detecção, maiores são as chances de termos sucesso no tratamento”, explica Dra. Carol.
Após o sucesso no tratamento do câncer de mama, diagnosticado precocemente no caso de Denize, a mensagem que marca o movimento do outubro rosa é clara: “tudo passa”! “Enfrentar a situação sem se vitimizar e pensar o “por que comigo?” ajudam no tratamento e, por fim, ter clareza que a vida é muito boa, apesar de alguns incidentes de percurso”, finaliza Denize.
