Nesta terça-feira, 18/11, a Casa de Cultura de Marau será cenário de um espetáculo de conscientização. “Carolina e outras vozes”, peça apresentada pela Trupi di Trapu de Porto Alegre. A trama acompanha um dia na vida de Carolina Maria de Jesus, escritora negra, moradora da Favela do Canindé, São Paulo, e autora da obra autobiográfica “Quarto de Despejo: Diário de uma favelada”.
A peça integra o Sarau Cultural — Celebrando Nossas Raízes, evento realizado pela Associação Cultural Afro-umbandista Ilê Iansã e Oxalá (ACAIIO). A programação tem início às 14h, com apresentações no palco a partir das 19h. A entrada é franca, mas com sugestão de doação de 1kg de ração para animais, que será destinada à ONG Patas Protetoras.
O início da peça está previsto para ocorrer às 21h30. “Eu acredito que o pessoal que for assistir vai encontrar um espetáculo que é sempre muito emocionante”, explica o fundador e coordenador geral da Trupi di Trapu, Anderson Gonçalves. “O retorno das pessoas é sempre esse: de que é muito emocionante e muitas pessoas se identificam.”
A peça surge a partir da vontade da figurinista da Trupi, Mari Falcão, em retratar, nos palcos, a vida de Carolina. Após uma sequência de estudos do “Quarto de Despejo: Diário de uma favelada”, o conteúdo foi adaptado pela companhia, inicialmente, em um espetáculo longo com bonecos, se transformando no “Carolina e outras vozes” ao longo do tempo.
“A proposta era pegar o diário da Carolina Maria de Jesus, que relata vários acontecimentos da vida dela”, conta o ator e pedagogo. “Como ela lidava com os filhos e os vizinhos, a questão do trabalho e da fome, que era algo muito marcante para ela. [Também] Como ela queria mudar, como ela queria sair daquela vida, como ela achava o mundo injusto, a política da época injusta. E como os pobres não eram contemplados pela sociedade.”
Relatos que emocionam
“Carolina e outras vozes” surge de uma mescla de trechos do livro, histórias pessoais da equipe e canções do folclore de matriz afro-gaúcho. São relatos que emocionam, interpretados em uma diversidade de mídias: atores em cena, teatro de bonecos, projeção, formas animadas e música.
O elenco é formado por Alessandra Souza, que dá vida à Carolina. A audiodescrição é da Mil palavras e a produção é de Anderson Gonçalves.
O espetáculo tem direção de Alessandra Souza. A cenografia e a identidade visual são de Sílvia Serrano, com iluminação de Vigo Cigolini e figurinos de Mari Falcão.
Acompanhe a sinopse do espetáculo: Um dia na vida de Carolina Maria de Jesus, a dor da fome, o desamparo dos políticos e a vida sofrida de uma mulher sozinha, com três filhos para criar. O sonho e a beleza d a negra literata, que nunca desistiu do desejo de ser escritora, narrando a vida na favela do Canindé, em SP, de forma cirúrgica e ácida. Sua escrita de meados dos anos 50 continua tão atual e por vezes profética. Um trabalho intenso, mesclando atuação, formas animadas, com acessibilidade integrada à dramaturgia em Libras e Audiodescrição.
Foto: Tomas Edson / Crédito: João Pedro Tártari - Assessoria de Comunicação ACAIIO