A semeadura da soja avançou de forma consistente em todo o Rio Grande do Sul, favorecida por condições adequadas de umidade no solo e pela liberação gradual das áreas ocupadas por culturas de inverno. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quarta-feira (19/11), a área implantada com soja avançou de 28% para 43% do total projetado para esta safra, cujo cultivo está estimado em 6.742.236 hectares. Neste mesmo período de 2024, o índice de plantio da soja alcançava aproximadamente 50%. Em geral, a emergência das lavouras está uniforme, com bom estande de plantas e desenvolvimento inicial compatível ao estágio fenológico.
A limitação de crédito e as restrições financeiras ocorridas recentemente em algumas regiões atrasaram a definição de áreas efetivamente cultivadas. Arrendadores e arrendatários negociam ajustes nos valores de arrendamento, diante da expectativa de menor retorno por unidade de área na safra atual.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a semeadura da soja avançou, impulsionada pela conclusão das colheitas de trigo, aveia e canola, que liberaram áreas. Em São Borja, cerca de 10 mil hectares foram implantados, e a expectativa total é de 105 mil hectares. Em São Gabriel, projeta-se redução superior a 10 mil hectares; renegociação de valores estão em andamento para manter agricultores nas áreas. Na Campanha, a retomada das chuvas favoreceu a germinação rápida das áreas implantadas e permitiu a continuidade dos trabalhos em solos mais leves. As áreas semeadas no final de outubro em condição de umidade abaixo da ideal apresentam falhas pontuais, mas os estandes finais são suficientes para a condução da lavoura.
Milho - A cultura do milho apresenta bom desempenho no RS, amparada por disponibilidade hídrica e insolação adequadas e por temperaturas noturnas amenas, fatores que têm favorecido o crescimento vegetativo e a evolução para estágios reprodutivos. A semeadura alcança 84%, avançando de forma gradual. As lavouras em desenvolvimento vegetativo (70%) exibem adequada densidade de plantas, arquitetura foliar uniforme e bom acúmulo de biomassa. Nas áreas em floração e pendoamento (21%), as condições de polinização estão favoráveis.
A sanidade das lavouras de milho está conservada, e as plantas evoluem dentro da normalidade. Nas regiões Noroeste e Médio Alto Uruguai, o equilíbrio entre a disponibilidade de radiação solar e a umidade do solo proporcionou excelente condição para os cultivos. Estima-se o cultivo de 785.030 hectares e produtividade de 7.370 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.
Milho silagem - O potencial produtivo das lavouras de milho silagem é considerado elevado. No Noroeste Colonial, os cultivos iniciaram a formação de espigas, com excelente desenvolvimento e previsão de bons rendimentos produtivos. No Médio Alto Uruguai, nas áreas destruídas pelo granizo, seguem os preparos para a ressemeadura dos cultivos. O plantio segue de forma escalonada, principalmente para minimizar os riscos com o fenômeno La Niña. Segundo a Emater/RS-Ascar, na Safra 2025/2026, a área de milho silagem alcançará 366.067 hectares e produtividade estimada é de 38.338 kg/ha.
Arroz - A semeadura do arroz no RS avança para sua etapa final e supera 90% de implantação, estando em finalização nas regiões Sul e Extremo Oeste e menos evoluída na região Central do Estado. Nas áreas implantadas, observa-se emergência uniforme e adequado estabelecimento inicial. As lavouras estão em fase vegetativa, com desenvolvimento compatível ao estádio. Em locais com histórico de drenagem limitada, algumas áreas estão temporariamente inacessíveis ao maquinário, o que restringe a conclusão da semeadura. A área a ser cultivada está estimada pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga) em 920.081 hectares. A produtividade está estimada pela Emater/RS-Ascar em 8.752 kg/ha.
Feijão 1ª safra - A área de plantio está estabilizada. Deve ocorrer um incremento significativo somente no começo de dezembro, quando tradicionalmente se realiza o plantio nos Campos de Cima da Serra. A maior parte das lavouras está na fase reprodutiva (florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos), período mais sensível aos riscos meteorológicos. Apesar das chuvas no período, não há relatos de danos expressivos ou de infecção por antracnose. Contudo, devido à alta umidade ambiente e às temperaturas amenas, há incidência da doença na Região Sul. As adubações nitrogenadas de cobertura estão em fase de conclusão nas lavouras tardias. A área projetada de feijão 1ª safra pela Emater/RS-Ascar é de 26.096 hectares. A produtividade média está estimada em 1.779 kg/ha.
Trigo - A colheita do trigo chega na fase final, alcançando 77% da área cultivada. Permanecem apenas talhões mais extensos situados em regiões de maior altitude no Nordeste do Estado e as lavouras implantadas no final da janela preferencial de semeadura. O desempenho produtivo apresenta forte variabilidade entre regiões e dentro das próprias unidades produtoras, como reflexo das expressivas diferenças de manejo e capacidade de investimento; da influência de eventuais episódios de chuvas excessivas, que ocasionaram a redução de peso hectolitro (PH); da maior incidência de germinação na espiga; e/ou de danos associados à permanência prolongada de umidade em grãos maduros. A Emater/RS-Ascar estima para o trigo uma produtividade de 3.261 kg/ha.
Autor: Departamento de Jornalismo/Vang FM