O fenômeno da "Adultização" de Crianças e Adolescentes, tema em alta no debate nacional, é o foco de evento promovido por estudantes do segundo ano do Colégio Anchieta de Marau. Nesta terça (28) e quarta-feira (29), quatro turmas levam o projeto, desenvolvido em sala de aula, ao Plenário da Câmara de Vereadores, transformando o espaço legislativo em uma arena de discussão cívica.
O projeto, coordenado pela Professora Andreia Coradi, é fruto de dois meses de pesquisa e estudos e visa estimular a capacidade de argumentação e o pensamento crítico dos adolescentes, preparando-os, inclusive, para exames como o ENEM.
"Buscamos o tema justamente por ser muito abordado agora e também pelos meus alunos se tratarem de adolescentes. Eles fizeram pesquisas, assistiram vídeos sobre o tema e depois entramos em consenso pelo debate. Surgiu a ideia para virmos para Câmara de Vereadores por ser um ambiente onde os alunos se sentem mais motivados a participar. Mas o maior motivo deste projeto é fazer com que nossos adolescentes aprendam a argumentar, tenham suas próprias ideias e que isso contribua até mesmo para a participação deles no ENEM", explicou a coordenadora, Professora Andreia Coradi.
Terça-feira (28): Foco na Legislação
A manhã de terça-feira marcou o início do evento com a participação de advogados da OAB Subseção de Marau, que apresentaram o arcabouço legal e as leis que regem a proteção de crianças e adolescentes frente à adultização. Após a palestra, duas turmas promoveram o debate, aplicando os conhecimentos adquiridos.
Quarta-feira (29): Ação e Proteção
A programação da quarta-feira terá a presença de representantes do Conselho Tutelar, que trarão informações cruciais sobre o tema da adultização e as formas de proteção. Em seguida, as duas turmas restantes dão prosseguimento ao ciclo de debates.
Entenda o Tema:
O debate sobre a adultização ganhou força e popularidade na mídia e nas redes sociais após o vídeo do influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que viralizou ao denunciar a prática de exploração e sexualização precoce de menores na criação de conteúdo online, muitas vezes em busca de engajamento e lucro.
A adultização se manifesta quando crianças e adolescentes são impulsionados a adotar comportamentos, responsabilidades e padrões estéticos incompatíveis com sua faixa etária. Especialistas alertam para os graves prejuízos da exposição precoce, que afeta o desenvolvimento emocional, psicológico e social dos jovens, desrespeitando o direito à infância plena, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A discussão também motivou a criação de projetos de lei, como a recente "Lei Felca" (Lei nº 15.211/2025 - Lei nº fictícia baseada em resultados de pesquisa), que visa aumentar a proteção dos menores no ambiente digital.
