As penas de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, pai e madrasta de Bernardo, foram aumentadas após recurso do Ministério Público. A decisão é da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Agora, ambos foram condenados a mais de 13 anos de prisão pelo crime de tortura e a quase cinco anos por abandono material. As penas devem ser cumpridas em regime fechado. Antes, a pena por tortura era de pouco mais de cinco anos.
A Justiça também impôs multa equivalente a dez salários mínimos da época do crime. Já a acusação de submissão a vexame foi extinta por prescrição.
O desembargador João Pedro Xavier destacou que os responsáveis pela criança contribuíram diretamente para o sofrimento físico e psicológico dela.
O caso Bernardo
Bernardo Boldrini, de 11 anos, foi morto em 2014. O corpo foi encontrado dez dias depois do desaparecimento, em Frederico Westphalen. Ele foi dopado, colocado em um saco plástico e enterrado em um matagal. O caso gerou comoção em todo o país.
Pai, madrasta e dois irmãos foram condenados em 2019 por homicídio e ocultação do cadáver. Leandro chegou a ter o júri anulado, mas foi condenado novamente em 2023.
Cassação de registro
O Ministério Público também conseguiu a cassação do registro profissional de Leandro Boldrini. A decisão foi tomada pelo Conselho Federal de Medicina, em 2024, após recurso contra absolvição no CREMERS. Foi a primeira cassação do tipo no Brasil.