Moradores de rua são encontrados com frequência em Marau, especialmente na área central. O assunto foi abordado no programa Espaço Plural de quarta-feira (13), pelo Pároco da Paróquia Cristo Rei, Frei Laercio Duminelli da Luz, que busca resolver o problema. “A questão dos moradores de rua é algo que me incomoda desde que cheguei em Marau e agora em novembro completei quatro anos no município”, conta.
Um grupo se estabelece nas redondezas da Igreja Matriz e, segundo o Frei, por diversas vezes buscou formas de retirar essas pessoas da vulnerabilidade, por meio de abordagens e conversas. Também realizou reuniões com o Poder Público, o Ministério Público e outros órgãos do município, a fim de encontrar soluções para o problema social.
Algumas das pessoas aceitaram realizar tratamento e buscaram ajuda, pois a maioria sofre com alcoolismo e drogas. Porém em outras situações, foram encontradas dificuldades com o atendimento realizado no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS do município, órgão competente para esta finalidade. “Existe uma morosidade no atendimento”, comenta. O Frei acredita que abordagens assistenciais precisam ocorrer de forma mais frequente com essas pessoas.
“Eu sei que doeu para muita gente [o assunto abordado], mas a nossa dor é bem menor do que a de quem está na rua. Dói para mim, dói para quem está na gestão pública, tem que doer para todos os cidadãos, mas dói muito mais para quem está nessa situação e suas famílias”.
“Não quero romantizar os moradores de rua, mas é um problema que está aí e temos que encontrar as soluções... Eu não tenho a solução, por isso a gente quer provocar o diálogo na comunidade”, complementa.
Posicionamento do CAPS
Nesta quinta-feira (14), o secretário Municipal de Saúde de Marau, Douglas Kurtz, e a coordenadora de ações em saúde, Fernanda Garbin, foram ouvidos. Conforme destaca Douglas, a Secretaria de Saúde não tem medido esforços dentro do que compete a ela e a legalidade, para auxiliar nas questões que envolvem os moradores de rua, mas reforça que esta é uma ação que depende de várias frentes, como por exemplo do Gerint - Gerenciamento de Internações Hospitalares do SUS.
“O CAPS vem fazendo seu trabalho de maneira que temos tido resultado. Não atendemos somente moradores de rua e sim todas as questões que envolvem saúde mental. No ano de 2023 foram mais de 12 mil atendimentos no CAPS, agora em 2024, já passamos de 8 mil atendimentos”, colocou.
Segundo Fernanda Garbin, todos os serviços relacionados à saúde mental no município, tem um olhar da gestão para que realmente funcione. “O que ocorre, é que existe um fluxo e quando se trata de uma internação, dependemos de uma regulação estadual. Hoje Marau conta com oito comunidades terapêuticas, mas essas oito não podem receber um paciente sem passar um período no ambiente hospitalar para que ocorra uma desintoxicação prévia. E esta parte geralmente é mais demorada por depender do sistema de regulação. Após esse período, o paciente volta ao domicilio ou é direcionado para uma clínica ou comunidade terapêutica onde fica voluntariamente para manter a abstinência sob supervisão”.
Confira a entrevista completa sobre o tema aqui.
Na próxima segunda feira (18), o Secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social de Marau, Paulo Dal Paz também se manifestará sobre o assunto. A entrevista será no Programa Espaço Plural, às 9h. Acompanhe na 93.7.