No Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, lembrado em 18 de setembro, o Hospital de Olhos Lions alerta sobre a importância de reconhecer os sinais dessa doença rara, mas grave, que acomete crianças, principalmente nos primeiros anos de vida.
O retinoblastoma é o tumor maligno intraocular mais comum na infância, embora represente apenas 3% das neoplasias pediátricas. Ele surge a partir de células imaturas da retina, camada responsável pela visão.
“A maioria dos casos se manifesta antes dos 5 anos, sendo a idade média de diagnóstico aos 18 meses. Não há predileção por sexo ou raça”, explica o oftalmologista Dr. Phillype Fernandes Lessa, especialista em retina do Hospital de Olhos Lions.
Segundo o médico, existem dois tipos principais: o esporádico, que surge por mutação ao acaso nas células da retina e corresponde a 65% a 75% dos casos; e o hereditário, transmitido geneticamente, responsável por 15% a 25% dos diagnósticos. Além disso, a doença pode se apresentar de forma unilateral (em um olho), bilateral (nos dois olhos, geralmente hereditária) ou até trilateral, quando também há tumor cerebral associado.
O primeiro sinal costuma ser percebido pelos pais: uma alteração da cor do reflexo da pupila quando a luz incide sobre os olhos da criança.
“Enquanto o reflexo normal aparece vermelhidão, no olho acometido pelo tumor ele se torna esbranquiçado, fenômeno conhecido como leucocoria. Outros sintomas que merecem atenção são estrabismo (desvio ocular), fotofobia, alteração na cor dos olhos e vermelhidão”, alerta o especialista.
O tratamento pode incluir laserterapia, crioterapia, quimioterapia, radioterapia e, em casos mais graves, a enucleação, que é a retirada cirúrgica do olho comprometido.
“Quando diagnosticado precocemente, o retinoblastoma pode ter taxa de cura em torno de 90%. Por isso, a prevenção passa diretamente pelo acompanhamento oftalmológico nos primeiros anos de vida”, reforça Dr. Phillype.
A realização do teste do reflexo vermelho (teste do olhinho) logo após o nascimento, assim como as consultas regulares com o oftalmologista nos primeiros anos de vida, são medidas fundamentais para garantir a saúde ocular das crianças e aumentar as chances de sucesso no tratamento.
“O olhar atento dos pais, aliado ao acompanhamento médico, pode fazer toda a diferença no futuro da criança. Detectar o retinoblastoma cedo significa não apenas salvar a visão, mas salvar vidas”, finaliza o Dr. Phillype Fernandes Lessa.
