O governo do Rio Grande do Sul se reuniu com empresários e representantes americanos para discutir os impactos das novas tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos. O encontro foi na sexta-feira (18), no Palácio Piratini, liderado pelo governador Eduardo Leite, com a presença do cônsul-geral dos EUA em Porto Alegre, Jason Green.
Setores como armas, móveis, pescados e calçados relataram prejuízos antes mesmo da entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto. Empresas já enfrentam cancelamento de pedidos e suspensão de contratos.
Leite destacou que há negócios no Estado com exportação quase total para os EUA, colocando comunidades inteiras em risco. O governador defende a postergação das tarifas para abrir espaço para negociações e evitar perdas econômicas nos dois países.
Segundo a Fiergs, o Rio Grande do Sul é o segundo estado mais afetado, podendo perder até R$ 1,9 bilhão no PIB. Só em 2024, as exportações gaúchas para os EUA somaram US$ 1,8 bilhão — 11,2% do total da indústria de transformação. No setor de armas e munições, 86% das vendas vão para o mercado americano.
A Fiergs pediu atuação diplomática firme e apoio emergencial do governo federal caso não haja revisão das tarifas. Uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin está marcada para segunda-feira (21), em Brasília.
O governador reforçou que o Estado atua como porta-voz dos interesses locais e que o momento exige diálogo, não disputas políticas.
Participaram da reunião entidades como Abicalçados, Farsul, Federasul, Fecomércio, GM, Tramontina, Braskem, Dell, Movergs, entre outras.