Na terça-feira, 18/11, a Casa de Cultura de Marau recebeu a 1ª edição do Sarau Cultural — Celebrando Nossas Raízes. O momento concentrou apresentações e debates referenciando o Dia da Consciência Negra, feriado que marcou essa quinta-feira, 20/11. O evento, realizado pela Associação Cultural Afro-umbandista Ilê Iansã e Oxalá (ACAIIO), reuniu e conscientizou um público diverso por cerca de 10h.
“O sarau foi extremamente positivo”, afirmou o presidente da ACAIIO, Pai Ezequiel de Oyá. “A organização fluiu com excelência, as apresentações tiveram forte impacto e o público demonstrou grande envolvimento e sensibilidade. Recebemos retornos muito favoráveis e que confirmam a importância de mantermos ações como esta ao longo do ano, sempre promovendo inclusão, consciência e valorização cultural.”
A associação ainda destacou a relevância do evento. “O sarau promoveu um importante espaço de valorização da cultura afro-brasileira, fortalecimento da identidade negra, memória histórica e diálogo aberto com a comunidade. A atividade cumpriu seu papel educativo e cultural, reforçando a necessidade de combater o racismo e ampliar a compreensão sobre a contribuição do povo negro na formação do Brasil.”
O evento também contou com ação de arrecadação de comida de animais para a ONG Patas Protetoras. Foram pelo menos 15 Kg de ração, além de valor financeiro doado ao grupo durante o Sarau Cultural.
A importância do evento, contudo, vai além – pelo impacto social na comunidade marauense. “O sarau promoveu um importante espaço de valorização da cultura afro-brasileira, fortalecimento da identidade negra, memória histórica e diálogo aberto com a comunidade.”
“A atividade cumpriu seu papel educativo e cultural, reforçando a necessidade de combater o racismo e ampliar a compreensão sobre a contribuição do povo negro na formação do Brasil”, reforçou o babalorixá. “O encontro reuniu participantes de diversas idades, que compartilharam arte, conhecimento e vivências, criando um ambiente de respeito, acolhimento e reflexão.”
Entre os momentos que marcaram a atividade, o sarau recebeu o lançamento do Clube de Leitura Ancestral. Desenvolvido pela ACAIIO em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Professor Francisco Jatir Pastre, o projeto busca valorizar o acervo sobre ancestralidade e cultura negra presentes na coleção do município.
O objetivo é valorizar a cultura afro-brasileira e a ancestralidade por meio da leitura, da oralidade e da expressão artística. A ideia é proporcionar às crianças um espaço de aprendizado, respeito e encantamento, em especial, passando por entre escolas marauenses com o acervo.
Outro destaque foi uma roda de conversa sobre vivências de personalidades da região. Participaram do momento a tradutora e agente social, Eugenie Augustín Casseus e a filha dela, Anne, bem como a servidora pública e liderança social, Valquíria Bispo Zorzanello e o coordenador Acadêmico e de Projetos da FABE Marau, Vitor Paulo Machado
“A iniciativa, estrategicamente realizada na Semana da Consciência Negra, representou um passo fundamental na busca por minimizar preconceitos e discriminações”, afirmou o Vitor. “As experiências compartilhadas, somadas aos painéis e mostras de trabalhos, não apenas retrataram a resiliência e a ancestralidade desse povo, mas expuseram as cicatrizes de uma sociedade que ainda luta para superar barreiras de preconceito.”
O professor ainda reforçou a relevância do momento. “O encontro reafirma a importância de ações que catalisem a luta e a resistência negra, vislumbrando avanços não apenas no âmbito cultural, mas também em áreas críticas como saúde, educação, geração de emprego e renda, e inovação. A jornada por equidade e reconhecimento se fortalece a cada voz, a cada vivência partilhada, honrando a memória e o legado de grandes líderes como Zumbi dos Palmares.”
Ele é complementado pela Valquiria. “Ao abrir espaço para relatos reais, reconhecemos não apenas as desigualdades persistentes, mas também à força, resistência e o protagonismo das vozes negras na construção de uma sociedade mais justa e solidária.”
“Meu agradecimento especial aos idealizadores e organizadores do evento, que venham muitos outros”, afirma a militante política. “Poder falar da minha realidade, enquanto mulher negra, e dos desafios que enfrentei e enfrento no dia a dia e ouvir outros relatos é um passo essencial para transformar estruturas, ampliar oportunidades e reafirmar o compromisso coletivo com a equidade racial.”
Crédito: Assessoria ACAIIO - João Pedro Tártari / Foto: Angélica Gonçalves