Uma ex-secretária da causa animal de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, é investigada pela Polícia Civil por suspeita de matar animais doentes em massa com eutanásia, além de envolvimento em um esquema de estelionato. A operação que apura o caso, batizada de Carrasco, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (4), com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão.
Embora a polícia não tenha divulgado oficialmente o nome da investigada, a Gaúcha ZH apurou que se trata de Paula Lopes. Ela assumiu o cargo em janeiro deste ano, no início da gestão do prefeito Airton Souza, e foi exonerada em agosto. Conforme publicação no Diário Oficial do dia 13 de agosto, o desligamento foi feito a pedido da própria secretária.
As investigações começaram em abril, após denúncias envolvendo a morte sistemática de animais sob responsabilidade da Secretaria do Bem-Estar Animal. Segundo a delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, há indícios de que a ex-secretária tenha realizado entre 15 e 30 eutanásias por semana, principalmente de cães e gatos.
Durante a operação desta quinta, os agentes encontraram ao menos 14 animais mortos armazenados em sacos plásticos dentro de um freezer. Na sede da secretaria, um container sem ventilação abrigava dezenas de gatos em condições precárias, alguns confinados em gaiolas sem sequer caixa de areia.
A operação contou com apoio do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e de ONGs de proteção animal, que participaram do resgate e encaminhamento dos animais sobreviventes a locais seguros. Além do cargo público, Paula também atuava à frente de uma ONG de proteção animal, o Instituto Paula Lopes. De acordo com a polícia, ela utilizava a chave Pix da entidade para arrecadar doações, com a promessa de resgatar e cuidar de animais, no entanto, há indícios de que parte dos recursos foi desviada. Na residência da investigada, foram encontrados cerca de R$ 100 mil em dinheiro vivo.
A investigação aponta ainda que Paula levava animais resgatados pela própria ONG para a sede da secretaria, onde alguns eram sacrificados. Também há relatos de que animais com tutores identificados teriam sido mortos de forma irregular. A delegada Luciane Bertoletti destacou que a ex-secretária optava pela eutanásia como alternativa mais barata ao tratamento veterinário. A prática era realizada por meio de injeções.
As diligências desta quinta ocorreram em Canoas, Porto Alegre e Arroio dos Ratos, neste último, em um sítio pertencente a uma parente da investigada. A polícia suspeita que a prática de eutanásia em massa também ocorra no local.
(Fonte: GZH / Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS)
Autor: Departamento de Jornalismo/Vang FM